quarta-feira, 27 de abril de 2011

Chery Tiggo: vale a pena arriscar?



O primeiro veículo comercializado pela marca chinesa no Brasil tem três anos de garantia, mas com certeza será uma realidade nas oficinas independentes

Que a Chery não sairá do Brasil tão cedo é fato, ainda mais após o anúncio da instalação da fábrica em Jacareí, interior de São Paulo, que deve aumentar a credibilidade da marca. O principal apelo da montadora para acelerar as vendas de seus produtos e fazer frente à tradição dos modelos nacionais é a grande lista de equipamentos de conforto e segurança, mas será que são funcionais e duráveis? E os sistemas básicos em qualquer veículo, estão em ordem?
Avaliamos o Chery Tiggo na Engin, do conselheiro Paulo Pedro Aguiar Jr., e na Design Mecânica, em Campinas, dos irmãos Carlos Bernardo e André Bernardo, onde foi testado no dinamômetro, para saber se vale a pena arriscar um investimento de R$51.900 em um SUV que promete satisfazer os consumidores mais exigentes com o melhor custo/beneficio do mercado.

Sem entrar na questão da procedência e qualidade dos veículos chineses vamos conhecer o SVU que fatalmente chegará às oficinas reparadoras independentes em breve.

Powertrain e injeção eletrônica

O motor Acteco 2.0l 16v é desenvolvido em uma parceria da AVL – Austria com a própria Chery, que fábrica e fornece variações desse propulsor para outras montadoras (inclusive em 2007 a Fiat chegou a negociar o fornecimento de motorizações 1.6l e 1.8l para o modelo Perla comercializado nos mercados Europeu e Chinês).

Apesar de ter concepção simples (comando de válvulas sem variação, bobina simples com cabos de velas) essas informações passam tranquilidade quanto a procedência do motor, ainda mais sabendo que boa parte das peças utilizadas são reconhecidas no mercado nacional, como cabos de vela e bobina Bosch e correias Gates. O desempenho é satisfatório e não se percebe irregularidades graves no sistema de injeção, mas se o motor for um pouco mais exigido, o cheiro exalado pelo catalisador chega a incomodar.

O sistema de injeção eletrônica é multi ponto sequêncial, e o sensor de fase está localizado na tampa de válvulas identificando o tempo de combustão do primeiro cilindro através de um ressalto no final do comando de admissão. Também são utilizados sensores de pressão e fluxo do ar admitido, dois sensores de oxigênio e dois catalisadores para controlar a emissão de poluentes.


A simplicidade continua na falta de um sistema mais complexo para eliminação dos ruídos provocados pela aspiração do ar. ”A única medida adotada foi no desenho em forma de sanfona na mangueira de admissão”, comentou o conselheiro Paulo Aguiar. Atenção para a mangueira do respiro na tampa de válvulas, pois está encostada diretamente sobre a tampa podendo ressecar ou até mesmo derreter devido à alta temperatura.

O sistema de arrefecimento não é do tipo selado e utiliza reservatório de compensação, como em muitos veículos japoneses e americanos. Quando a pressão do sistema sobe, a tampa se abre permitindo a passagem de líquido de arrefecimento para o reservatório e quando a pressão cai, a tampa permite que o líquido retorne ao sistema. No veículo avaliado havia marca de vazamento ao redor da tampa do reservatório. Também há um trocador de calor com sistema de lubrificação, no suporte do filtro de óleo.

O câmbio manual de cinco marchas tem bom escalonamento e engates precisos, o porém fica por conta do longo curso de acionamento da alavanca. A embreagem tem acionamento hidráulico através de um cilindro escravo posicionado fora da caixa seca, que atua empurrando um garfo. Este sistema facilita a manutenção em caso de vazamento no cilindro, mas implica em uma maior quantidade de componentes de acionamento que quando se desgastam aumentam o esforço no pedal, por isso poucos veículos de passeio utilizam este sistema atualmente.
Uma reclamação de todos que andaram no Tiggo e de alguns proprietários foi o peso e o barulho na movimentação do pedal de embreagem. Há um rangido nas articulações (dentro do veículo) que pára se for aplicado lubrificante, porém retorna em pouco tempo.

Undercar
Motor e câmbio estão apoiados sobre quatro coxins. Dois superiores nas longarinas e dois inferiores em uma travessa que liga o quadro de suspensão ao painel frontal dando maior rigidez ao conjunto. O quadro também abriga a caixa de direção que tem uma fixação estranha. O lado onde entra a coluna de direção tem o apoio em alumínio fundido na própria peça, já no outro lado parece uma adaptação, o suporte prende a caixa com uma abraçadeira, além de um dos parafusos ser muito maior que o necessário.
Também foi possível sentir uma pequena folga acompanhada de um barulho que vinha de dentro da caixa de direção. Ao rodar com o veículo por terrenos irregulares a baixa velocidade percebe-se claramente barulhos vindos debaixo do carro, só não foi possível identificar se era realmente da caixa de direção. A quantidade de ferrugem dá um ar de má qualidade aos componentes da suspensão.  

O baixo custo do Tiggo se justifica quando são analisados detalhes como a falta de um isolamento térmico para o cano de escape, que só existe na região próxima ao segundo catalisador, pois a lata presa ao cano na região do tanque de combustível, nem se pode chamar de proteção, e chega a ser irresponsável se considerada a proximidade com a tubulação de combustível.
A suspensão traseira é do tipo multi link com possibilidade de ajuste da cambagem por parafusos excêntricos nos braços inferiores. Os braços transversais estão ligados a um sub chassi onde novamente há um ar de adaptação, pois tem dois furos de fixação que não encostam em lugar algum e não tem parafusos.

Freios
Os freios são a disco nas quatro rodas e acionamento por lonas do freio de estacionamento, que não passou segurança ao parar em terrenos inclinados exigindo que fosse puxado com força além do normal.

A unidade de controle do ABS é Mando, fornecedora de sistemas de freios de alguns modelos Kia e Hyundai. O funcionamento não transmitiu confiança, pois quando o pedal é acionado fortemente, para atuar o sistema antitravamento, o mesmo desce como se houvesse ar no sistema, e em terrenos irregulares uma das rodas chega a travar mais do que acontece em outros veículos com ABS.

**Fonte: http://www.oficinabrasil.com.br

4 comentários:

  1. sim! e dá vale a pena arriscar e comprar um Tiggo?
    O consumo, e outros itens de teste, acabamento, painel etc, não foram relatados

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  2. Desculpe, mas está parecendo matéria paga.

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  3. Desculpe, mas está parecendo matéria paga.

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  4. Uma.merda essa matéria... O principal não fala

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