Escrito por Arthur Gomes Rossetti |
O carro, que nasceu como conceito em 1997 e chegou ao mercado causando frison,necessita de olhos atentos principalmente nos equipamentos localizados sob o chassi Na década de 90 os engenheiros e designers americanos da Plymouth (empresa pertencente ao mesmo grupo da Chrysler) pensaram em desenvolver um veículo que fugisse dos padrões comuns de sedã e minivan. Eles se queixavam que os modelos estavam monótonos e faltava um que representasse o “espírito da América”. A cargo do designer Bryan Nesbitt, os primeiros esboços começaram a surgir. Como inspiração, os veículos da década de 30, 40, 50 e 60 foram consultados, a fim de criar algo novo e que fosse ao mesmo tempo retrô no estilo. O veículo avaliado demonstrou fragilidade em pontos vitais, porém nada muito complexo Em 1997 veio o primeiro conceito, o Plymouth Pronto, muito baseado ainda em seu irmão, o Prowler. No ano seguinte, o Plymouth Pronto Cruiser fora apresentado ao público, ainda como conceito, porém com desenho bastante próximo do definitivo. Ao mesmo tempo em que o cofre do motor oferece espaço para a manutenção, alguns itens apresentam acesso dificultado Vai remover as velas ou a tampa de válvulas para a troca da junta? Prepare-se para desmontar o coletor de admissão Finalmente em abril de 2000, o PT Cruiser foi apresentado ao público sob a marca Chrysler nas revendas da marca. Aliás, a sigla PT significa Personal Transportation e traduzindo seria algo como Transporte Pessoal, no sentido de exclusividade e Cruiser com a conotação de desbravador, atravessador, cruzador. Undercar “lavado” de óleo de motor. Vazamento era proveniente da junta de cabeçote Curvatura da mangueira original poderá encostar-se ao aro protetor da ventoinha Como um dos principais segredos para que o veículo tivesse boa aceitação no mercado fosse o preço, os executivos americanos decidiram produzi-lo na fábrica de Toluca, no México, para conseguir ganhar competitividade perante a concorrência. No ano seguinte, em 2001, as primeiras unidades desembarcavam no Brasil inicialmente com motores 2.0. Nos últimos anos, segundo fontes do mercado, este veículo é procurado principalmente por ex-proprietários do Audi A3 nacional, visto a faixa de preço ser semelhante e de quebra o valor do seguro ser reduzido. No final de 2008 a versão conversível teve a produção interrompida e rumores afirmam que este ano o modelo sairá de linha. Em 2001 as vendas nos EUA ultrapassaram as 140.000 unidades, mas ano passado foram apenas 50.000. Pode parecer muito, mas se compararmos o universo automotivo americano, estes números são quase que insignificantes. No restante do mundo o modelo apresenta comportamento nas vendas semelhante ao ocorrido no país citado. Como o modelo atualmente está iniciando a presença dentro das oficinas independentes, o jornal Oficina Brasil conferiu de perto a avaliação do PT Cruiser Classic, equipado com motor 2.4 16v na oficina Cobeio Car, pertencente ao integrante do Conselho Editorial, Claudio Cobeio. Check List Ao aplicar o check list constatamos um volumoso vazamento de óleo de motor e líquido de arrefecimento, assim como a ausência do aditivo. Estes foram os principais motivos da ida à oficina. Clique para aumentar O check list está disponível gratuitamente para download em nosso site. Basta acessar o endereço: www.oficinabrasil.com.br/Agenda-do-Carro/Agenda-do-Carro/agenda-do-carro.html Motor As unidades produzidas de 2000 a 2004 possuíam o motor 2.0 16v de 4 cilindros a gasolina. Após o ano de 2005 a cilindrada subiu para 2.4, assim como a potência que foi para 143 cv. Nos Estados Unidos o consumidor poderá optar também pela versão 2.4 Turbo, sendo que algumas raras unidades são encontradas no Brasil trazidas por importadores independentes. Mini frente inferior é tão baixa em relação ao restante do veículo, que avarias podem ocorrer mesmo em unidades com pouca quilometragem A unidade avaliada havia recebido soldas nas extremidades da mini frente Com o capô aberto o reparador logo percebe que apesar de compacto, o cofre oferece espaço na medida para a manutenção, salvo algumas peças como, por exemplo, o alternador que possui acesso dificultado devido à localização, assim como as velas e cabos de ignição, que necessitam da remoção do coletor de admissão para acesso. A fabricante NGK comercializa opcionalmente as velas através do código LZTR4A-11, com 1,1mm de abertura entre o eletrodo central e o eletrodo massa. Protetor de cárter não oferece a devida proteção O principal motivo da ida do veículo a oficina foi o aparecimento de vazamento de óleo de motor e líquido de arrefecimento. Após análise foi descoberto que o óleo vinha da união entre cabeçote e bloco do motor (lado direito olhando o veículo de frente). Segundo o Consultor Cláudio Cobeio, “este problema era comum nos Chryslers Neon produzidos nos anos 90. A impressão que temos é que ou a junta possui má qualidade, ou um reaperto dos parafusos de fixação do cabeçote torna-se necessário após 5.000km rodados, ou algo do tipo”. O óleo recomendado pelo fabricante é o 10W40 API SJ ou superior, num total de 4,7 litros incluindo o filtro. A especificação Mopar (original) é a MS-6395. O código do filtro de óleo original é o 4105409AB. A fabricante Fram disponibiliza opcionalmente o filtro PH3614. Aliás, o veículo estava equipado com um filtro de óleo incorreto, o Fram PH4482, pertencente a outros modelos de veículos. As dimensões externas e de rosca são semelhantes em ambos, porém a pressão de abertura da válvula de segurança é diferente, assim como a micragem do papel. Danos ao motor poderiam ocorrer no longo prazo caso o filtro incorreto fosse mantido. Outro problema incidente nos modelos PT Cruiser é referente à altura da mini-frente inferior. Ela é consideravelmente avançada, ficando a poucos centímetros do chão. Não é difícil encontrar adaptações como soldas ou algo do tipo, visto que uma leve pancada após transpor um obstáculo (valeta ou lombada), poderá ocasionar a avaria. De quebra, a caixa plástica inferior do radiador poderá ser afetada também. A unidade avaliada apesar de possuir baixa quilometragem, já estava com soldas no local. Mesmo que haja adaptação por escapamentos esportivos, o cabo massa deverá ser mantido Coisa de Americano: o pivô da suspensão dianteira permite que a manutenção preventiva seja aplicada, pois é equipado com um niple para pistola engraxadeira A suspensão dianteira apresentou boa resistência, onde nenhum componente estava avariado O conjunto traseiro semi-independente é simples e robusto A rede concessionária cobra mais de R$ 1.000 por um protetor de carter, porém a peça não oferece a devida proteção, visto as alças de fixação dianteiras serem encaixadas justamente na mini frente, a qual apresenta certa fragilidade conforme descrito anteriormente. Segundo Cláudio Cobeio a solução definitiva para o caso seria a adoção de um radiador de menor altura, porém todo um trabalho “satélite” de adequação do sistema de arrefecimento seria necessário, a iniciar, por exemplo, com uma válvula termostática com abertura em temperatura inferior em torno de 2°, etc. Após esta modificação, a própria mini frente poderia ser elevada com o auxílio de uma oficina de funilaria. Claro que esta solução é apenas uma sugestão, que envolveria um elevado custo de projeto e testes. Uma leve intervenção no ângulo de entrada do cabo que aciona o freio de estacionamento, garantirá o fim da raspagem no aro interno da roda Interior produzido com materiais de primeira garante ótimo acabamento Havia também um vazamento de líquido de arrefecimento, o qual era proveniente da mangueira inferior do radiador. A peça possui uma curvatura que ocasiona a raspagem no aro plástico de proteção da ventoinha, que por sua vez possui um canto vivo e poderá deixá-la suscetível a cortes. Outro fato que chamou a atenção foi à posição do escapamento e conseqüentemente da sonda lambda. Ele estava fixado de tal maneira que provocava o atrito entre o assoalho e os fios, o que num futuro próximo ocasionaria danos ao chicote e comprometeria o funcionamento da peça. Do restante tudo estava ok, como por exemplo, os coxins de sustentação do motor e câmbio, filtro de ar (o qual havia sido substituído recentemente), a ignição etc. Torques e procedimentos Para obter as informações sobre os principais torques de aperto do motor 2.4 que equipa o PT Cruiser avaliado, acesse o site ww.oficinabrasil.com.br. Elas foram consultadas no manual de manutenção da Chrysler e cedidas pelo CDI (Centro de Documentação e Informação) do Sindirepa São Paulo. O telefone para contato do CDI é 0800 55 44 77. Veja alguns exemplos: Sequência de aperto do comando de válvulas Parafuso M6 - 12Nm Parafuso M8 - 28Nm Cabeçote 1º passo: 34 Nm - 2º passo: 68Nm 3º passo: (repita o passo 2) 68Nm 4º passo*: aperto adicional de 1/4 de volta NÃO utilize torquímetro no quarto passo Capas dos mancais Parafusos M8 28Nm Parafusos M11 75Nm Admissão (PT Cruiser) Baixo (motor Turbo) 54Nm Alto (motor Turbo) 28Nm Transmissão O veículo avaliado possui caixa automática de quatro velocidades, aliás, todas as unidades do PT Cruiser importadas do México possuem este modelo. O funcionamento estava perfeito. O fluído hidráulico recomendado pela Chrysler é o Mopar ATF+4, num total de 3,8 litros na caixa (sem o conversor de torque). A estanqueidade da caixa mostrou-se eficiente, isenta de vazamentos. Suspensão O conjunto demonstrou ser robusto, com alguns diferenciais perante outros veículos compactos, como por exemplo, os pontos para adição de graxa nos pivôs das bandejas. Os terminais de direção e os amortecedores dianteiros estavam em bom estado. Na traseira o conjunto é do tipo semi-independente, de robustez idem a dianteira. Nenhuma bucha ou pivô apresentou desgaste acentuado. Por enquanto as peças são encontradas somente em concessionárias ou importadores especializados. Freios Iniciamos o tópico freios com o seguinte alerta: É muito comum ocorrer do cabo que aciona o freio de estacionamento da roda traseira direita, raspar no aro interno da já citada roda. Isso ocorre devido o ângulo de entrada por onde o cabo transpassa. Como solução o reparador deverá forçar a chapa com o auxílio de uma chave de fenda, a modo que o ângulo impeça do cabo permanecer encostado no aro. As pastilhas estavam com meia vida e os discos pouco marcados, apesar de o veículo possuir cambio automático. Curiosamente, o fluído vindo de fábrica é o DOT 3. O Conselho Editorial recomenda a troca pelo DOT 4 sempre que efetuada a primeira manutenção no sistema. O restante do conjunto estava em perfeitas condições, isento de vazamentos e empenamentos. O ABS é item de série nos modelos disponíveis no Brasil. Habitáculo Quem entra no PT Cruiser é surpreendido por um belo painel e bancos extremamente macios, bem ao estilo e gosto Americano. Todos os comandos apresentaram funcionamento perfeito, livre de mau contato e folgas. Avaliação de Mercado O Chrysler PT Cruiser é um carro de procura restrita. Não é um veículo para gosto geral do consumidor, que tem muita queixa sobre a marca Chrysler. O tempo de espera para venda é elevado, em média 25 dias. Com relação ao mercado, em julho de 2009, comparado a junho de 2009, desvalorizou -1,10% e, em julho de 2009, comparado a julho de 2008, desvalorizou -13,79%. Não é muito aceito nas Revendas, por ser um carro, quando oferecido, com dificuldade para agradar a outra pessoa. Fonte: Depto Mercadológico SINDIAUTO/ASSOVESP Dicas Dica: Para corrigir a falha da montadora, bastou afrouxar os parafusos de fixação das junções superior e inferior (antes e pós catalisador) e girar a peça cerca de 10° para a esquerda (sentido anti-horário), a fim de afastar os fios do assoalho Dica: Como solução fora adotado um “mix” de mangueiras de veículos nacionais, a fim de deixá-la com a curvatura e diâmetro semelhante à original, porém o que permitiu alguns milímetros de distância do “malvado” aro protetor. O aditivo recomendado é o de base orgânica, anticongelante, fórmula Mile HOAT, na proporção 50% (3,1 litros) e o restante de água desmineralizada (mais 3,1 litros) Dica: Existem veículos que possuem um cabo negativo (massa) entre o escapamento e a carcaça do veículo. A adoção desta solução tem a finalidade de melhorar o “aterramento” da sonda lambda, garantindo otimização ao fluxo dos elétrons, visto o próprio sistema de escape ser o ponto de descarga (negativo), porém nem sempre a peça oferece boa performance ao sistema eletroeletrônico. Caso o veículo apresente problemas de leitura ou o scanner apresente defeitos “inexistentes”, verifique se o silencioso traseiro é original (equipado com cabo massa). Caso o silencioso tenha sido substituído por um modelo esportivo e a casa de escapamento tenha eliminado o massa, problemas do tipo poderão surgir Dica: O filtro de cabine (ar-condicionado) fica alojado na parte traseira do cofre do motor, atrás do recipiente do lavador de pára-brisa Índice de Durabilidade e Recomendação O Chrysler PT Cruiser ainda é um carro que pouco frequenta as oficinas independentes, tanto que entre os sete conselheiros do jornal Oficina Brasil apenas um teve a oportunidade de trabalhar a fundo com o modelo. Isso porque a marca Chrysler é, no Brasil, uma exclusividade, tendo em vista o nicho de mercado que atua, o que torna o custo de manutenção a principal reclamação de consumidores e dificuldade dos reparadores na hora de ‘vender’ um serviço. Além disso, a disponibilidade de peças no mercado nacional é outra dificuldade enfrentada no momento da reparação, assim como dificuldade de encontrar literatura técnica sobre os modelos da marca. No entanto, pela avaliação do conselheiro Cláudio Cobeio, único que realmente pôs a mão na massa, o PT Cruiser é um veículo relativamente fácil de reparar, com bom nível de acessibilidade aos componentes no cofre do motor e sistemas undercar, apesar de a durabilidade ficar um pouco aquém da esperada. Clique para aumentar **Fonte: http://www.oficinabrasil.com.br |
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Chrysler PT Cruiser requer ajustes às condições brasileiras
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Bom dia, gostei da aula de mecanica automotiva, relacionada ao chrysler, que considero um carro com excelente qualidade de fabricaçaõ, Gostaria de saber se possivel, onde encontrar o manual de manutençaõ do chrysler neon-2.0l-16v-shoc-1997,pois os mecânicos da minha regiaõ se assustam só de ver o nome chrysler, como estou tendo dificuldade nas oficinas, decidi eu mesmo fazer a manutençaõ do meu chrysler neon 1997
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