Eduardo Hiroshi (Car and Driver) / Fotos: João Mantovani
Sexta-feira à tarde em São Paulo. Uma garota me vê entrando no Mini Cooper Clubman e me aborda. Faz várias perguntas e sai sorrindo: 'Este carro é uma gracinha!' Nos semáforos, os motoristas ao lado esticam o pescoço para olhar, alguns pedem para baixar o vidro para fazer perguntas. Até devolver o carro para a loja, no fim da avaliação, o carrinho chamou – muito – a atenção de todos.
Esta parece ser a essência do Mini: chamar a atenção. Impossível passar indiferente, assim como ocorreu no passado com o Volkswagen New Beetle e com o Chrysler PT Cruiser. Ele esbanja simpatia e nostalgia, mesmo que as pessoas não saibam qual é a referência. O Clubman é uma releitura do Clubman de 1976, que, por sua vez, era uma versão alongada do Mini Cooper.
Por enquanto, os carros da Mini só são encontrados em importadoras independentes, como a Forest Trade, de São Paulo, que nos cedeu o Clubman S para esta avaliação. Mas a situação deve mudar no ano que vem. A BMW confirmou que vai trazer os carros da Mini para o Brasil a partir de 2009. O Mini Cooper original era pequeno, econômico e relativamente barato. Foi um dos primeiros carros do mundo a usar motor transversal. Com o tempo, ganhou status de carro cult na Inglaterra, onde foi fabricado de 1959 a 2000. Em 2001, foi relançado pela BMW.
Para namorar
Lançado no fim de 2007 na Inglaterra, já como linha 2008, o Clubman tem 3,96 metros de comprimento. Como referência, um Volkswagen Gol Geração 4 tem 3,93 metros. Ainda assim, ele é 27 centímetros mais comprido do que o Mini Cooper tradicional. Não pense, no entanto, que a esticada resultou em uma limusine: o banco traseiro continua apertado. A maior vantagem do estica-e-puxa do Clubman está mesmo no porta-malas, que cresceu de 160 para 260 litros (o Gol tem 285 litros de capacidade). A tampa traseira é bipartida, como nos antigos furgões. Na lateral direita (e apenas na direita) há uma porta suicida para facilitar um pouco o acesso ao banco traseiro e que só pode ser liberada com a porta dianteira aberta.
É um carro para ser curtido a dois, deixando o banco traseiro para caronas rápidas. Aproveite o ambiente aconchegante para namorar: o acabamento é de primeira, os bancos são bastante confortáveis e há vários detalhes nostálgicos, como o enorme velocímetro no centro do painel – outra inspiração trazida do Mini antigo – e os botões em forma de alavancas.
A chave de ignição tem formato inusitado, parece um pirulito, e é usada em forma de cartucho. O teto do carro possui dois LEDs que, ao toque de um botão, mudam de cor, variando do verde para o azul e para o vermelho. Para que serve? Não sei, mas é ótimo mostrar para os outros.
Para fuga
O Clubman S tem motor 1.6 16V de quatro cilindros com turbo, que rende 175 cavalos (potência específica de 109 cv/l). Ele está acoplado a um câmbio automático de seis marchas, muito rápido e que não dá trancos. A versão avaliada tinha borboletas no volante para trocas seqüenciais.
Tudo isso faz do Clubman um carrinho valente, que pede para ser acelerado. É diferente do New Beetle e do PT Cruiser, que preferem passear com calma – em particular o Chrysler, que tem câmbio lento e hesitante. A fábrica fala em 236 km/h de velocidade máxima e aceleração de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos.
A direção é rápida e direta e a estabilidade é boa, embora a suspensão seja dura para o piso brasileiro. Preço? Não é barato:a Forest Trade pede R$ 175 mil pela versão. É o quanto se paga para ser o centro das atenções.
**Fonte: http://www.icarros.com.br/noticias/impressoes/uma-volta-com-o-mini-cooper-clubman-s/4852.html
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