sexta-feira, 20 de maio de 2011

Conheça mais sobre o BMW 740i



Circulante no estado de São Paulo desde novo, o modelo avaliado demonstrou resistência dos componentes acima da média, inclusive os relacionados à suspensão, motor e freios. A parte elétrica também acompanhou o bom desempenho do restante do veículo, sendo que apenas alguns pontos do visor monocromático do painel deixaram de acender com o passar do tempo.

Histórico
O ano era 1997, e o BMW 740i de 286 cv figurava como um dos modelos top de linha da marca alemã em terras brasileiras. Adquirido 0 km na revenda autorizada Eurobike de Ribeirão Preto no mesmo ano por um empresário do setor alcooleiro, o veículo foi utilizado por ele até os 95 mil km, quando então foi vendido para o reparador e proprietário da mecânica Amevo de Campinas e criador do Mega Flushing Henn, Paulo Sérgio Henn. Atualmente o BMW está com exatos 147.938 km rodados e mostra que ainda possui vida útil para no mínimo, o triplo deste número, desde que continuada à aplicação da manutenção preventiva.
A versão avaliada possui motor de 4 litros e 8 cilindros dispostos em ‘v’, com sistema de injeção Bosch Motronic 5.2.
De acordo com Henn, “esse carro nunca deu dor de cabeça, muito pelo contrário, é resistente e oferece um conforto que só”.

Motor
De projeto moderno (para a época), o motor da série 7 apresentou apenas problemas corriqueiros da idade.
A peça conhecida como ‘pulmão’, afixada na parte de trás do coletor de admissão, teve o diafragma interno rompido.


A peça conhecida por pulmão tem fama de pouco duradoura

Ele controla o vácuo para alguns consumidores. A peça teve de ser adquirida em concessionário autorizado por pouco mais de R$ 500,00. Segundo Henn Filho, “esta peça é encontrada em várias versões de BMW e não é difícil de dar problema”.


Detalhe do sensor de rotação e vazamento de óleo do motor

O retentor do volante, que é original, apresentou um inicial vazamento de óleo do motor.
Um procedimento corriqueiro atualmente, que é a necessidade em ter acesso ao número do motor para cadastramento no documento torna-se um verdadeiro pesadelo neste modelo. Ele está localizado justamente abaixo do coletor de admissão, sendo que a remoção das peças e agregados são inevitáveis quando for visualizá-lo.


Sensor de posição da 1ª borboleta (piloto automático)


Sensor de posição da 2ª borboleta (aceleração)

O tubo de admissão pós filtro de ar possui duas borboletas de aceleração, sendo que a primeira trabalha aberta e auxilia no freio motor após fechar-se, através de comando vindo do dispositivo ‘cruise control’ (piloto automático). A segunda é a principal, ligada diretamente ao cabo do acelerador.


Filtro de óleo do motor é do tipo cartucho

Como de praxe na linha BMW, o sincronismo entre árvore de manivelas (virabrequim) e os eixos comando de válvulas é feito através da corrente de comando, com esticadores diretamente dependentes de um sistema de lubrificação sadio e livre de impurezas.


O sensor de nível informa o painel sobre as condições do óleo


Para remover a capa superior do motor, basta pressionar os 4 botões plásticos

Além dos cuidados com o filtro, o 4.0 possui também um sensor para detectar o nível do óleo do motor. A peça está localizada na parte inferior do próprio carter e abastece de informações o visor de mensagens no painel. O lubrificante recomendado é o de classificação API SL (ou superior) 10W40, num total de 7,5 litros incluindo o filtro.


Na linha BMW, a bateria costuma ser alojada no porta malas

Devido a bateria de 12 volts e 90 Ah estar localizada na lateral direita do porta malas, existe um ponto + (positivo) na região da tampa de válvulas direita. Trata-se de um fio vindo do positivo do alternador. Mas não se engane, pois o terminal positivo está devidamente isolado da tampa de válvulas através de um ‘plate’ de plástico.


Para tarefas que necessitam de pólo positivo saibam que existe um no motor

Opcionalmente uma bateria de 12 volts e 110 Ah poderá ser utilizada.
As bobinas são individuais acima de cada vela de ignição, e o acesso aos bicos injetores é levemente complicado, a demandar doses de habilidade do reparador no momento da remoção. A dica é recalcular o valor cobrado pela limpeza em sua oficina, para não se arrepender depois.
As velas recomendadas pela BMW podem ser Bosch F7 LCDR ou NGK BKR 6 EK.

Suspensão e Undercar
O BMW 740i avaliado possui sistema de suspensão com ajuste eletrônico da rigidez de trabalho dos amortecedores (modo normal (conforto) e esportivo). O acionamento é feito através do botão ‘S EDC’, bem ao centro do painel de instrumentos.


Amortecedor da série 7 só na concessionária

Tanto a dianteira telescópica, quanto à traseira, utilizam sistema de multibraços, que demonstrou elevada resistência das buchas, bieletas e batentes.
O escapamento feito em aço inoxidável estava perfeito, porém ele é dividido apenas em duas peças, ou seja, coletor e tubulação secundária final. Como a tubulação secundária não possui emendas, caso haja o apodrecimento de um silencioso, ou de um trecho da peça, o reparador terá duas opções: fazer o pedido da peça em concessionário BMW ou adaptar.


Suspensão simples de reparar, porém cara



Devido o tanque de combustível de 85 litros (incluindo reserva) ser igualmente dividido por causa do cardã, existem duas bombas elétricas trabalhando em conjunto, sendo que uma puxa e envia a outra, em série.
O sistema de direção é do tipo setor e sem fim, semelhante à de veículos pesados. Como desvantagem temos a numerosa utilização de pivôs e terminais. Na unidade avaliada, todos estavam em bom estado.
A transmissão automática de 5 velocidades a frente, mais a marcha a ré apresentou funcionamento isento de falhas e vazamentos.
Os pneus são especiais e exclusivos para a BMW série 7. Produzidos pela Michelin e Continental, as medidas são 235/60 R16 100 W. O custo unitário varia de estado para estado, e pode facilmente ultrapassar os R$ 1 mil.

Habitáculo
A unidade avaliada possui telefone celular integrado as funções do painel, porém atualmente o serviço não está disponível no Brasil.


O botão da alegria: conforto ou esportividade ao simples toque

O conector de diagnose fica ao lado do amortecedor do lado do carona, um darão da BMW. Neste modelo, o conector não é do tipo OBD, mas sim redondo, semelhante a uma tomada industrial.

Dica


As luzes de freio operam dentro de um circuito inteligente e caso haja a queima de uma em um dos lados, o outro passa a ignorar a posição inicial de acendimento, transferindo a função para outra luz vizinha, em boas condições. A estratégia passa a ser automaticamente adotada nos dois lados, o que confunde a cabeça do reparador, que lê a mensagem de defeito nas lâmpadas, porém constata que ‘todas’ acendem. Mero engano...

Curiosidades
Existe também no mercado o modelo 750i, com motor de 5 litros e 12 cilindros.
No momento de erguer o veículo utilizando o macaco original da marca numa situação de pneu furado, basta abrir a tampa do porta malas, pegar uma chave de fenda e remover a tampa acabamento da caixa lateral inferior

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