quinta-feira, 5 de maio de 2011

Citroën C3 1.6 16v surpreende pela boa resistência


Arthur Gomes Rossetti


Amado por uns e visto com indiferença por outros, o Citroën C3 1.6 16 válvulas, de 110 cv a gasolina, ano 2004 modelo 2005 passa pelo crivo do Conselho Editorial, que aprovou o modelo com nota média 5,8. Com 95.600 km rodados, a avaliação do veículo foi efetuada na oficina Design Mecânica na cidade de Campinas, pertencente aos Conselheiros André Luis Bernardo e Carlos Bernardo. “O veículo está em nossa família desde o final de 2007 e nunca nos deixou na mão, muito pelo contrário, esse carrinho é só alegria!”, comenta Carlos ao se referir do C3, pertencente a sua esposa.

Histórico
Adquirido pela atual proprietária aos 66 mil km em novembro de 2007, apenas a manutenção preventiva foi necessária para a perfeita conservação.  Os principais itens trocados foram: sonda lambda aos 66 mil km (devido a demora na resposta de leitura), bomba elétrica de combustível aos 74 mil km (após rodar 4 mil km no álcool), bomba d’água aos 84 mil km (vazamento e ronco no rolamento) e bobina (queima em um dos cilindros) e suspensão dianteira completa aos 93 mil km.
Check List
Para orientação e seqüência dos principais itens a ser revisados, o Check List da Agenda do Carro foi utilizado. Ele está disponível gratuitamente para download no site www.oficinabrasil.com.br/Agenda-do-Carro/Agenda-do-Carro/agenda-do-carro.html

Motor
Comercializado no Brasil desde 2002, o motor N6A 1.6 16v foi o primeiro a figurar no modelo de entrada da marca de origem Francesa. Com 110 cv de potência a 5.600 rpm e 14,5 kgfm de torque a 4.000 rpm, este propulsor é utilizado até a atualidade, porém com pequenas modificações para o deixar apto a utilização do combustível álcool ou gasolina. Alguns veículos que rodam com o mesmo motor são: Citroën Xsara e Xsara Picasso e Peugeot 206, 207 e 307.
Segundo o Conselho Editorial, devido à alta quantidade de eletrônica embarcada, vale à pena fortalecer os pontos de aterramento, que consequentemente contribui para o melhor funcionamento geral dos componentes. Tal melhora inclusive poderá prolongar a vida útil da bobina de ignição, ponto fraco desta geração de motor. Quando for trocá-la, prefira à original e lembre-se de contemplar um jogo novo de velas.
Assim como constatado no Peugeot 307 avaliado na edição de janeiro deste ano, o C3 apresentou vazamento de óleo através dos anéis o’ring vedantes entre o bloco do motor e cabeçote de alojamento do filtro de óleo.
Estes anéis possuem formato específico e são encontrados apenas em concessionário autorizado Citroën ou Peugeot.
O Conselho Editorial recomenda que seja aplicado óleo de motor com viscosidade 10W40, norma API SL ou superior, num total de 3,5 litros incluindo a troca do filtro do tipo cartucho.
Quando o veículo possuía 70 mil km rodados, foi adaptado um módulo paralelo ao original, para deixá-lo apto a rodar tanto no álcool quanto na gasolina. Após a adaptação alguns problemas surgiram, como por exemplo, a irregularidade no funcionamento, acendimento constante da luz de injeção, ‘falhação’, entre outros. Aos 74 mil km a bomba elétrica queimou.
O módulo foi removido e o chip original foi ‘convertido’ para o álcool. Nesta segunda tentativa o comportamento foi mais estável, porém de tempos em tempos a luz da injeção voltava acender e o motor perdia força. Enquanto o scanner não era inserido e o defeito gerado na memória apagado, ficava quase que impossível andar com o veículo. Por fim aos 90 mil km rodados o chip foi convertido novamente, porém ao mapa original. A gasolina voltou a ser utilizada.
Segundo o Conselheiro Danilo Tinelli, da Auto Mecânica Danilo, “tanto o C3, como os Peugeot que utilizam este mesmo motor não aceitam de jeito nenhum adaptação para mudança de combustível. Nunca vi um que foi convertido e ficou 100% bom e sem apresentar problemas”, comenta o reparador.

Mais no site
O leitor que acessar o site www.oficinabrasil.com.br terá acesso ao esquema para a troca da correia dentada em arquivo no formato PDF, gentilmente cedido pelo CDI (Centro de Documentação e Informação) do Sindirepa – SP.
Para mais informações sobre como se tornar sócio do CDI ligue 0800 - 55 44 77 ou acesse www.sindirepa-sp.org.br.

Transmissão

Com exceção do coxim inferior do motor que apresenta baixa durabilidade, os componentes gerais da transmissão não costumam gerar problemas antes dos 100 mil km rodados. Fique atento apenas as coifas das juntas homocinéticas, que em alguns C3 que passaram pelas oficinas do Conselho apresentaram rachaduras precoces.

Suspensão e direção
Comparando com a versão Européia do Citroën C3, a nacional possui a suspensão elevada em 14mm. Outra modificação feita pelos engenheiros brasileiros pensando em nosso pavimento foi a recalibração dos amortecedores e molas, o que deixou o compacto um pouco ‘durinho’ de andar. Tais modificações acabam por gerar superior tensão em peças articuladas, esféricas e de borracha, como buchas e terminais.
Na unidade avaliada a suspensão dianteira durou bem e teve de ser refeita após 30 mil km rodados (lembre-se que o veículo foi adquirido usado). Foram trocados os amortecedores e buchas, sendo que as molas originais foram mantidas.

Freios e undercar
O ABS mostrou excelente eficácia, assim como as pastilhas e discos. O desgaste encontrado estava dentro do normal.
O silencioso intermediário do escapamento apresentou corrosão acentuada, porém a peça ainda era a original. Devido o veículo ter rodado cerca de 20 mil km apenas com álcool, podemos considerar que a durabilidade foi satisfatória.

Habitáculo
O interior do C3 possui design inovador e agradável. Nenhum botão apresentou mau funcionamento, assim como os comandos digitais do painel.

Dicas do ISHI - Ar condicionado

O Citroën C3 tem um sistema de ar condicionado muito eficiente, similar ao do Peugeot 206, 207, 307 e Picasso, que partilham a mesma caixa evaporadora.
Com relação à manutenção, um dos maiores problemas, são os vazamentos nas tubulações, mas outros componentes, com o uso também podem apresentar problemas, como a seguir:
A mangueira de baixa e a tubulação de alta ficam muito próximas da polia do compressor, do chassi e do suporte do protetor do Carter, causando eventual vazamento. Arrisco dizer que este é um dos maiores motivos de visitas a oficinas de ar condicionado.
A tubulação de alta pode ser cortada pelo chassi e a mangueira de baixa pelo suporte do protetor de Carter.
O filtro antipólen fica localizado na parte externa e é o mesmo utilizado no Peugeot 307.
Dependendo do uso, recomenda-se trocar este filtro de 1 a 2 vezes por ano.
O radiador de ar quente é o mesmo do 206, 207, 307 e Picasso. Ele tem seu acesso ao lado do pedal do acelerador e sempre recebe água quente do sistema de arrefecimento. Algumas pessoas reclamam da sensação de calor junto ao pé direito (acelerador) e não é necessário retirar o painel para trocá-lo quando há problemas.
Nas versões flex, o acesso a conexão de serviço de alta pressão foi prejudicado pelo reservatório de gasolina (partida a frio).
O sistema trabalha com cerca de 600 a 650gramas de fluido refrigerante R134a.
O filtro secador fica dentro do condensador, ou seja, se necessário trocar o filtro secador ou fazer flushing na tubulação, o condensador também deve ser substituído.
O compressor é de cilindrada variável, com 120 cc, com sistema de embreagem eletromagnética, SANDEN modelo: SD 6V 12. Utiliza cerca de 150 ml de óleo PAG 46. O compressor é bastante durável e eventualmente pode apresentar vazamento na vedação do virabrequim ou problemas na válvula compensadora de fluxo interna.
O monitoramento da pressão do fluido refrigerante é feito na linha de alta, por um transdutor de pressão, que informa o módulo de injeção.
O comando do ar condicionado é digital, mas não costuma dar problemas.
Já as versões mais simples, com comando do ar condicionado manual, podem apresentar problemas no resistor da ventilação interna, com o derretimento do terminal do resistor e conseqüente parada da ventilação forçada.

Troca da correia dentada do Citroën C3 1.6 16v em arquivo no formato PDF:Clique Aqui


**Fonte: http://www.oficinabrasil.com.br

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