São quase 400 vendas mensais, que mantiveram o sedã da Mercedes à frente na lista dos modelos de luxo mais vendidos no Brasil – ultrapassando, inclusive, o impressionante Land Rover Evoque. Esse posicionamento do Classe C se deve muito à reestilização de meia-vida promovida pela montadora no meio do ano passado, feita após uma queda de quase 40% nas vendas mundiais do modelo.
As pesquisas indicaram que a principal causa era a impressão dos potenciais consumidores de que o sedã estava “simples demais”. Isso explica o face-lift, que afetou pouquíssimo o exterior, mas foi considerado pela marca “o mais profundo já promovido em um habitáculo”. Mudaram totalmente o painel, os comandos, o volante e todos os revestimentos, além de algumas melhorias técnicas.
No caso da C200, o acabamento interno é em alumínio escovado e traz ainda teto solar e faróis bi-xenon. Além disso, tem itens como ar-condicionado automático, luzes de led, controles de estabilidade e tração, seis airbags, ABS, rodas de liga leve de 17 polegadas e sistema de entretenimento com tela de 3 polegadas. O propulsor das três versões é basicamente o mesmo: um 1.8 turbo com injeção direta de gasolina gerenciado por um câmbio automático de 7 marchas.
O que muda são as calibrações e o tamanho de turbo e intercooler. Na C180, turbo e intercooler são pequenos e ele desenvolve 156 cv e 25,5 kgfm de torque. Na top, a C250, turbo e intercooler são de maior capacidade, o que resulta em 204 cv e 31,6 kgfm. Na C200, intercooler é o da C180 e o turbo é o da C250. E gera 184 cv de potência e 27,5 kgfm. Bons números para um modelo que pretende unir elegância e vigor em boas doses. Sem sobras ou faltas.
Ponto a ponto
Desempenho – O funcionamento do motor 1.8 turbo da C200 impressiona pela suavidade e competência. O torque máximo de 27,5 kgfm fica disponível no longo regime de 1.800 a 4.600 rpm e dá grande agilidade para o sedã. Tanto é que o zero a 100 km/h é feito em 7,8 segundos, boa marca para um carro de 1.505 kg. A transmissão também agrada, com trocas rápidas e realizadas nos momentos certos. Nota 9.
Estabilidade – A C200 encara uma sequência de curvas sem se abalar. A boa distribuição de peso, aliada à tração traseira e à ótima rigidez torcional do conjunto, faz da Classe C um carroextremamente agradável. E mesmo quando se extrapola o limite de equilíbrio do carro, os sistemas eletrônicos mantêm o sedã sempre na trajetória desejada. Nota 9.
Interatividade – O convívio com a Classe C não tem mistérios. Tudo está à mão e nos lugares “naturais”. Apenas o rádio tem funcionamento um tanto confuso, a princípio. Também complica o fato de todas as hastes que se projetam da coluna de direção ficarem do lado esquerdo, como os controles de seta e do cruise control. Nota 7.
Consumo – O InMetro não fez medições para o sedã da Mercedes. O computador de bordo marcou média de 9,1 km/l em trajeto misto. Nota 7.
Tecnologia – Dentre os sedãs médios das marcas premium alemães, o Classe C é o mais antigo. Isso se mostrava no anterior, principalmente antes do face-lift do ano passado. Hoje, a cabine consegue ficar de acordo com o que há de moderno no mercado. O motor é potente, suave e econômico e a lista de equipamentos é recheada. Nota 8.
Conforto – O Classe C é um veículo com rodar dos mais suaves. A suspensão é independente do tipo multilink atrás e fornece ótima dose de absorção de impactos. Os bancos de couro são confortáveis e “abraçam” os ocupantes. O espaço interno é o esperado de um sedã médio. Ele leva quatro pessoas com boa dose de conforto, mas nada muito além disso. Nota 8.
Habitabilidade – O porta-malas leva bons 475 litros. Entretanto, tem braços que invadem a área das bagagens. Os vãos de entrada e saída são bons, como na maioria dos sedãs de porte semelhante. Como o console é cheio de comandos, não há muito espaço para porta-trecos. Só dentro do apoio de braço central que dá para guardar itens como carteira e celular. Nota 7.
Acabamento – Outro elemento que evoluiu com a reestilização do ano passado. O painel agora exibe uma vistosa peça de alumínio que adiciona ainda mais requinte a mistura. Os encaixes são precisos e a escolha de materiais segue a mesma linha. Só na parte inferior do painel, na área próxima as pernas do motorista que existe plástico rígido. No segmento, é dos melhores. Nota 9.
Design – A função do Classe C não é ser carro de playboy. E o design responde bem à expectativa de quem quer um carro de linhas clássicas e elegantes. Nota 8.
Custo/beneficio – Frente aos principais concorrentes, a C200 não é cara. O Audi A4 equivalente supera o preço da Mercedes por causa dos inúmeros opcionais e a BMW só vende a nova geração da Série 3 em versões mais potentes. Nota 7.
Total – O Mercedes-Benz C200 somou 79 pontos de 100 pontos possíveis.
Impressões ao dirigir – Questão de harmonia
A Classe C é a porta de entrada ao universo de sedãs Mercedes-Benz. E já no primeiro contato mostra que cumpre bem a tarefa de dar uma parcela do que a marca alemã é capaz de fazer. O acabamento agrada bastante e mostra grande evolução por causa do face-lift sofrido no ano passado.
O aplique de alumínio no painel é o destaque. O espaço interno também é bom e suficiente para quatro pessoas. Como em muitos carros de luxo atuais, o espaço para um quinto ocupante é ligeiramente sacrificado. O melhor é dar lugar ao descansa-braço.
Em movimento. A C200 se mostra muito amigável. A suspensão – do tipo multilink na traseira – se comporta exemplarmente, com extrema suavidade. Absorve as imperfeições com muita competência e torna o rodar do carro muito confortável. O desempenho do motor chega a surpreender.
Não apenas pelo ânimo que os 184 cv conseguem dar a um carro de 1.505 kg, mas também pela suavidade com que ele roda. Mesmo em giros elevados, o seda é silencioso e quase sem vibrações. Além dos 184 cv, o farto torque de 27,5 kgfm disponível em larga faixa dão grande agilidade na cidade. Mas é em um trajeto sinuoso que o Classe C mostra a sua melhor faceta. Ocarro é bem construído e é dotado de ótima rigidez torcional. A tração traseira ajuda e o sedã quase não sai de controle.
Ficha técnica – Mercedes-Benz C200 Turbo Avantgarde
Motor: A gasolina, dianteiro, longitudinal, 1.796 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, turbo com intercooler e comando duplo variável de válvulas no cabeçote. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático com sete marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Oferece controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 184 cv a 5.250 rpm.
Aceleração de zero a 100 km/h: 7,8 segundos.
Velocidade máxima: 235 km/h.
Torque máximo: 27,5 kgfm entre 1.800 e 4.600 rpm.
Diâmetro e curso: 82 mm X 85 mm. Taxa de compressão: 9,8:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo multilink, com molas helicoidais e amortecedores de rigidez variável. Traseira independente do tipo multilink com amortecedores de rigidez variável. Oferece controle eletrônico de estabilidade e suspensão adaptativa eletrônica.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS e EBD.
Pneus: 225/45 R17.
carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,58 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,44 m de altura e 2,76 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais dianteiros, do tipo cortina e apoio de cabeça ativo.
Peso: 1.505 kg em ordem de marcha.
Capacidade do porta-malas: 475 litros.
Tanque de combustível: 59 litros.
Produção: Bremen, Alemanha.
Lançamento: 2007. Reestilização: 2011.
Itens de série: Ar-condicionado automátcio bizona, ABS, EBD, BAS, airbags frontais, laterais e de cortina, banco do motorista com regulagem elétrica, sistema keyless, controle de estabilidade e de tração, direção hidráulica, faróis de neblina, rádio/CD/MP3/USB/AUX/Bluetooth, controlador de velocidade de cruzeiro, sistema start/stop, assistente de partida em aclives, faróis de xenônio, rodas de liga-leve em 17 polegadas, sensores de estacionamento, crepuscular e de chuva.
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