quinta-feira, 1 de novembro de 2012

i30 Tourer chega para salvar as peruas



Vida de perua não é fácil. Primeiro foram as minivans e monovolumes que tomaram de assalto o lugar delas como "carros da família" nas garagens dos brasileiros. Quem precisa de mais status e espaço desdenha delas. Afinal, nem é preciso dizer o quanto os SUVs viraram objeto de desejo. Mas as peruas vão mesmo acabar? Provavelmente não! Ainda há quem queira confiar o suado dinheiro a uma marca que ofereça um exemplo de versatilidade, conforto e charme.

A Volkswagen, por exemplo, foi a mais ousada dos últimos tempos. Enquanto quem tinha entre R$ 75.000 e R$ 85.000 só queria saber de SUVs, os alemães acreditaram na Jetta Variant, perua derivada da 5ª geração do Golf. Hoje, é um carro único que tem o seu espaço. Mas falar que vende bem não é lá uma verdade. No entanto, este segmento só decola em vendas quando há alguma novidade, e é aí que entra o novo Hyundai i30.

                             

Ele chega para substituir o i30CW, a perua da antiga geração do i30, que se não foi um sucesso total, ao menos deixou certa saudade, e deve desembarcar por aqui na metade de 2013. A versão que será importada é a mesma que os americanos terão, também no ano que vem, com motor 1.8 16V de 148 cv como o do Elantra. Nos EUA, aliás, deve receber o nome de Elantra Tourer, e não i30 Tourer, já que na terra ianque até o i30 foi batizado de Elantra GT. Para conhecer a próxima geração da perua coreana fomos à Alemanha, país que recebe as primeiras unidades este mês.

Por lá, o que há de mais potente com motor a gasolina é um 1.6 16V e 120 cv. Mesmo que não seja o carro que virá para cá, já mostra muita coisa sobre ele. O i30 Tourer deve partir de R$ 80.000, R$ 5.000 mais caro que a versão sedã da família, o Elantra. Se é um preço atrativo? Bem, levando em conta que o VW Jetta Variant, com motor 2.5 de 170 cv, maior e mais refinado, parte de R$ 82.382, o ideal é que a perua coreana chegasse custando menos.

Mas você não vai pagar apenas pela motorização ou por um capricho de mercado, no qual oferta e procura devem convergir para que a primeira seja menor que a segunda. Na Hyundai você sempre desembolsa mais pelo impacto que o carro causa. Na dianteira, os traços são iguais ao que você verá no i30 hatch, que debutará durante o Salão do Automóvel de São Paulo, e deve ter as vendas iniciadas no fim de novembro.

Olhando de lado eles também são muito parecidos, já que são gêmeos univitelinos até nas portas dianteiras. A perua não é lá tão maior que o hatch: com 4,48 m é apenas 18,5 cm mais longa. Na verdade, não fosse pelo teto estendido, você acharia que é um i30 levemente esticado, quase como a diferença que pode se ver entre o Audi A3 duas portas e o A3 Sportback.

                             

Na traseira, tudo muda. As lanternas são maiores na tampa e terminam com a ponta da peça inclinada para baixo, e não para
cima como no hatch. Há um vinco bem definido ali. O vidro é grande e a placa, que no hatch fica no para-choque traseiro, na Tourer localiza-se na própria tampa do porta-malas. O para-choque abriga somente as lanternas reflexivas e a luz de neblina.

Repare também que o bagageiro no teto é tão sutil que você nem se dá conta de que há algo ali. Na verdade, hoje é um item meramente estético, pois não é novidade para ninguém que pouquíssimas pessoas se valem do teto para alguma coisa.

Por dentro, a Hyundai manteve o capricho habitual. Na versão brasileira, os bancos de couro, com regulagem elétrica no assento do motorista, e o teto solar serão opcionais e farão o preço chegar próximo aos R$ 90.000. Mas virá de série com rodas de 16", ar-condicionado digital Dual Zone, airbags na frente, freios com ABS, faróis com regulagem de altura, sensor de estacionamento e câmbio automático sequencial.

                             

O espaço também é bom, entretanto, é o mesmo que você encontrará no i30, uma vez que ambos dividem a mesma plataforma e entre-eixos de 2,65 m, 5 cm a mais que o de um Toyota Corolla, por exemplo. A principal diferença com relação ao irmão menor é que quem viaja atrás tem total conforto e não sente a cabeça muito próxima do teto, como no hatch. O porta-malas também traz boas notícias, com capacidade para 528 litros.

                             

Guiá-lo é outra boa experiência que ajuda essa station a caminhar rumo à consagração. Não fosse pela visão diferente que você tem pelo retrovisor central, nem perceberia se tratar de uma perua. As suspensões são mais confortáveis que as da versão hatch, porém, o conjunto independente no eixo traseiro garante comprometimento com a dinâmica. As saídas de traseira em curvas são ínfi mas, apesar do volume maior e mais peso no eixo traseiro. A direção elétrica MDPS, além de auxiliar na economia de gasolina e ser levíssima para manobras, garante respostas rápidas.

Por falar em economia, a versão europeia chega a rodar 11,5 km/l na cidade e marca até 18,5 km/l na estrada, um assombro. A 1.8 16V de 148 cv que virá ao Brasil bebe mais. Certamente, terá cinco anos de garantia e preços de revisões semelhantes aos do Elantra, com o qual você gasta R$ 1.050 até 30.000 km. A desvalorização deve ser pequena por dois motivos: a Hyundai não deverá trazer muitas unidades (cerca de 300 por mês) e muita gente vai querer uma dessas na garagem.

AO VOLANTE

DESEMPENHO Não espere nada muito excitante. O motor 1.6 16V de 120 cv da versão avaliada é pouco para a perua, mas o modelo a ser vendido aqui terá o mesmo motor do Elantra, de 148 cv, o que dará outra pegada ao comportamento.

SUSPENSÃO Surpreendentemente confortável e robusta, sem perder aquele toque mais rígido que os Hyundai trazem em seus genes. A carroceria rola pouco e a direção elétrica é bem direta. A Hyundai está ficando craque nisso...

HYUNDAI I30 TOURER

BOM

+ Desenho. Por dentro ou por fora você sente que está vendo um carro moderno.
+ Suspensão. É confortável quando precisa, sem escorregar na dinâmica.
+ Os habituais cinco anos de garantia e revisões com preços camaradas.
+ Espaço está perto do ideal para quem viaja atrás ou precisa de muita bagagem.

RUIM

- Preço. Se vier por R$ 80.000, vai ter de competir com VW Jetta Variant, que é mais carro.
- Só deve chegar no meio de 2013 em um mercado que pede novidades para ontem.
- Teto-solar e bancos de couro são opcionais, elevando o preço em R$ 10.000.
- O econômico 1.6 16V não virá, só o 1.8 16V que bebe mais combustível.

SEU BOLSO

Preço (estimado): R$ 80 000
Taxa de financiamento: 1,2%
Parcela mensal: R$ 1 395
(50% entrada + 36 vezes)
Emplacamento: R$ 1 100
(Primeira documentação, sem IPVA)
Seguro (estimado): R$ 2 820
IPVA (4% – estimado): R$ 3 200
Garantia: 5 anos
1ª revisão (estimada): R$ 210
2ª revisão (estimada): R$ 315
3ª revisão (estimada): R$ 470
Gastos iniciais: R$ 48 515
(Doc. + entrada + 1ª parcela + seguro)
Desvalorização (1º ano): 8%
Desvalorização (2º ano): 9%

NÃO É DE HOJE QUE AS PERUAS vêm sumindo do mercado brasileiro. Mesmo quando aparece um produto de bom custo-benefício, as vendas difi cilmente decolam. Na Europa, por exemplo, elas representam 25% da "família" de modelos, mesmo tendo preços quase 15% mais altos, na maioria dos casos. Todavia, a proposta da Hyundai com o i30 Tourer, substituindo o i30CW é válida. O nível de refi namento, desenho e tecnologia apresentado é muito semelhante ao que já existe aqui com a VW Jetta Variant, e bem acima da Renault Grand Tour, por exemplo. Versátil, espaçosa e bem equipada, a perua só peca pelo preço com que deve chegar, pois a marca sabe que não adianta projetar vendas acima das 300 unidades mensais. Uma pena... Apesar disso, os custos de manutenção não vão assustar e a garantia de cinco anos é um tempero extra na sua vontade de comprar um veículo bacana. Se comparado aos hatches e sedãs é um carro mais completo e igualmente prazeroso de guiar. Isso sem falar do charme...

Avaliação do Teste: 4/5

**Fonte: http://carroonline.terra.com.br

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