Conheça essa tecnologia aplicada em veículos de ponta, que permite a redução de consumo e emissões sem sacrificar o desempenho do carro. Cheio de componentes eletrônicos, é necessário muito conhecimento para realizar a manutenção deste sistema |
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Não se pode dizer que a injeção direta de combustível é o futuro da injeção eletrônica porque o sistema já está entre nós, pelo menos nos carros importados. Também é chover no molhado dizer que o mecânico precisa se tornar cada vez mais mecatrônico para fazer a manutenção das supermáquinas equipadas com esse sistema. É a evolução da indústria automotiva, tão falada e já aplicada principalmente na Europa, que está chegando para tomar conta também do mercado nacional.
O princípio do sistema de injeção direta de gasolina é praticamente o
mesmo dos motores diesel eletrônico, ou seja, muita pressão. "A injeção
direta exige altas pressões na linha de combustível para que a
combustão seja otimizada, o que se torna possível com a adoção de uma
bomba de alta pressão, capaz de comprimir o combustível em até 120 bar",
explica Ricardo Felippe, instrutor técnico do Centro de Treinamento da
Bosch, que é fabricante do sistema.
Os benefícios da injeção direta são refletidos na redução de consumo
de combustível em até 15% e de uma menor emissão de poluentes na
atmosfera. Isso acontece porque o sistema permite otimizar o controle da
mistura ar/combustível admitida pelo motor, melhorando ainda o seu
desempenho.
Nessa matéria, fizemos um panorama do conceito, funcionamento e dos componentes do sistema FSI (Fuel Stratified Injection - em português: Injeção Estratificada de Combustível), que equipa os carros da Volkswagen e Audi, e mais precisamente nesse caso, o Passat.
Nessa matéria, fizemos um panorama do conceito, funcionamento e dos componentes do sistema FSI (Fuel Stratified Injection - em português: Injeção Estratificada de Combustível), que equipa os carros da Volkswagen e Audi, e mais precisamente nesse caso, o Passat.
Esse sistema, desenvolvido pela Bosch, é denominado MED Motronic
9.5.10 e tem os injetores posicionados no cabeçote, diretamente sobre os
pistões, pulverizando o combustível em quantidades variadas, conforme a
necessidade do motor. Este injetor tem o mesmo princípio de
funcionamento dos sistemas de injeção indireta, porém com modificações
em sua estrutura física para suportar as altas pressões e temperaturas
de trabalho.
De acordo com a fabricante, a injeção de combustível é processada em
sincronismo com o funcionamento do pistão, otimizando a admissão de ar
por meio de uma borboleta secundária, que varia a condição de entrada de
ar no motor de acordo com a necessidade indicada pelo condutor do
motorista. A pressão acumulada na galeria de combustível também é
controlada pela unidade de comando que, por meio de uma válvula
reguladora localizada na bomba de alta pressão, garante sempre a pressão
adequada de trabalho.
O sistema de injeção direta do Passat possui modos de funcionamento
diferentes, os principais são conhecidos como injeção estratificada e
homogênea. Estes diferentes modos são utilizados pelo sistema de acordo
com a necessidade imposta pelo condutor, de acordo com os parâmetros de
rotação e carga do veículo.
No caso da injeção estratificada, o regime de trabalho do sistema é
baseado em uma mistura pobre, onde a admissão do ar ocorre com a
borboleta secundaria acionada, restringindo a entrada de ar, gerando um
efeito Venturi, ou seja, uma aceleração da entrada de ar na câmara. A
injeção ocorre apenas no final do tempo de compressão, em pequeno
volume, garantindo ao sistema máximo desempenho com o mínimo consumo.
No caso da injeção homogênea, o regime de trabalho do sistema utiliza
a borboleta secundaria desativada, a que consiste em uma admissão
convencional do ar. A injeção ocorre desde o início do tempo de admissão
em volume que varia também de acordo com a rotação e carga imposta pelo
condutor.
Componentes
1) Unidade de comando eletrônica (UCE): a MED Motronic 9.5.10
incorpora um software para controle e diagnose. O sistema faz a leitura
de diversos sensores distribuidos pelo motor, analisa as informações e
envia os comandos para os atuadores. Tudo em milésimos de segundos.
2) Módulo de combustível: conjunto da bomba de combustível
HPD2, filtro, pré-filtro, regulador de pressão, sensor de nível e
unidade de comando, que faz o conjunto funcionar.
3) Unidade de comando eletrônica (UCE) da bomba de
combustível: localizada junto ao próprio modulo da bomba de combustível.
Essa unidade troca informações com a unidade de comando central,
fazendo o controle da vazão e pressão da bomba através da leitura dos
sinais PWM (Pulse Width Modulation - modulação da largura do pulso).
Isso regula a pressão no circuito de baixa pressão de 0,5 até 5 bar,
aumentando para 6 bars em partidas a frio e a quente, para esta medição é
utilizado um sensor de baixa pressão localizado próximo ao motor antes
da bomba de alta pressão.
4) Sonda lambda de banda larga LSU: Possui a mesma função das
sondas lambdas convencionais, ou seja, envia sinais de quantidade de
oxigênio para a unidade de comando. Realiza estas medições desde a
mistura ideal, também conhecida como lambda l =1, até misturas bastante
pobres, que podem variar o fator de 1,5 a 3. Tem como diferenciais a
medição mais rápida das variações de nível de oxigênio, conta com
resistor calibrado e o elemento sensor planar de dióxido de zircônio com
célula dupla e aquecedor integrado, que garantem a medição de mistura
rica, pobre e bastante pobre. Tem como característica física cinco fios
de um lado e seis do outro.
5) Sonda lambda planar: é a segunda sonda lambda localizada
depois do catalisador, tem a função de avaliar/supervisionar o
funcionamento do catalisador.
6) Bomba de alta pressão HDP2: Responsável pela geração de
alta pressão, localizada em um alojamento específico, com um came de
acionamento dedicado, próximo ao cabeçote do motor.
7) Sensor de alta pressão: Quando o sistema está com baixa
pressão de combustível, a membrana de aço do sensor é levemente
deformada. Alta resistência elétrica = tensão do sinal baixa. Quando o
sistema está com alta pressão de combustível, a membrana de aço do
sensor é fortemente deformada. Baixa resistência elétrica = tensão do
sinal alta.
8) Sensor de baixa pressão: Nas versões iniciais do sistema de
injeção direta este sensor estava localizado junto à tubulação de
alimentação de combustível, entre a bomba de baixa pressão e a bomba de
alta pressão. Nos sistemas modernos, este componente foi substituído por
uma atuação eletrônica da UCE, que utiliza outros parâmetros para
realizar o cálculo de qual é o regime de trabalho correto da bomba de
baixa pressão controlando a pressão que pode variar entre 3 e máximo de 6
bar.
9) Corpo de borboleta: Este sistema conta com dois corpos de
borboleta: o principal, que está localizado depois da entrada de ar
antes da galeria, e o secundário, que é dividido em um por cilindro e
faz o direcionamento do ar, aumentando sua velocidade de entrada e
proporcionando o turbilhamento.
10) Bobina de ignição: Do tipo integrada, fica localizada em
cima da vela e dispensa o uso de cabos, sendo disposta uma por cada
cilindro.
11) Galeria de combustível: Tubulação de metal que abriga os
sensores de pressão, a válvula limitadora, a bomba de pressão e as
válvulas injetoras. Faz a distribuição do combustível de acordo com o
necessário, a partir daí a pressão aumenta até 120 bar e vai para a
válvula injetora para fazer a combustão.
12) Válvula limitadora de pressão: Com funcionamento mecânico,
o componente fica alojado na galeria para limitar a pressão caso exceda
os 120 bar, fazendo a função de uma válvula de segurança.
13) Sensor MAP: Faz a leitura da pressão de ar no coletor de admissão.
14) Sensor de pressão MAP no servo-freio: Faz com que o corpo
de borboleta mude de posição quando o carro está parado para ter freio.
15) Válvula de injeção: Funciona com pulso, faz a injeção de
combustível direto na câmara de combustão. Na retirada, o anel de
vedação da câmara de combustão precisa ser trocado.
Obs: Essa válvula pode ser reparada, para isso a Bosch oferece um kit, composto pelos anéis que precisam ser substituídos. O anel superior e o disco de apoio devem ser analisados para ser remontados. Não é permitido inverter a posição do disco.
Obs: Para fazer o reparo da válvula, utilize as seguintes ferramentas:
- Ferramenta especial com ranhura para extrair a válvula:
Opção A: 986 616 100
Opção B: 0 986 616 101
Opção A: 986 616 100
Opção B: 0 986 616 101
- Ferramenta para colocar o anel
Capa cônica
Ferramenta para montar e calibrar
Capa cônica
Ferramenta para montar e calibrar
Testes com o scanner
1) Faça a conexão do adaptador do scanner e selecione a marca e
modelo do carro, então tecle na opção "gerenciamento de motor" que o
sistema vai indicar o modelo da injeção, que no nosso caso MED Motronic
9.5.10. (1A)
2) Em seguida, o técnico pode selecionar as funções desejadas:
identificação - número de unidade de comando, memória de erros, apagar
os erros e valores reais (leitura de sensores e atuadores).
3) Faça a seleção de valores reais para fazer a leitura das funções, com o motor desligado e ligado.
-Tempo de injeção
-Modo operacional de formação da mistura
-Pressão de trabalho
- Mistura homogênea e mistura pobre
-Tempo de injeção
-Modo operacional de formação da mistura
-Pressão de trabalho
- Mistura homogênea e mistura pobre
Teste com o osciloscópio
1) Para medir sinais de alta frequência da válvula de injeção,
válvula reguladora de pressão e outros sensores, use um osciloscópio.
Vamos fazer a simulação da medição do sinal de alimentação da válvula
reguladora de pressão, cuja escala de tempo é em milisegundos e a escala
de tensão em Volts. Conecte as garras do aparelho na bateria e a ponta
de prova positiva no chicote da válvula e o negativo à massa.
**Fonte: http://www.omecanico.com.br
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