Proibição do kit xenon afeta todos os carros adaptados sem autorização e registro. Carros com sistema original de fábrica e os regularizados antes da resolução estão liberados
Fernando Lalli
Depois de muita polêmica envolvendo consumidores, fabricantes e autoridades, os faróis de xenon não originais foram definitivamente proibidos no último dia 2 de junho. Nesta data, foi publicada a resolução nº 384 do Contran, que altera o Código de Trânsito Brasileiro quanto às modificações permitidas nos veículos. Agora, os populares kits que convertem em xenon os faróis originalmente projetados em lâmpadas halógenas (comuns) não podem mais ser instalados.
Quem insistir em usar o kit de forma irregular estará sujeito a multa de R$ 127,69 e perda de 5 pontos na carteira do motorista. Os únicos casos liberados de uso dos kits xenon são os veículos autorizados via CSV (Certificado de Segurança Veicular) pelo Contran antes da data de publicação da nova lei. Esta autorização, que deve constar na documentação do carro, não será mais emitida.
Muito populares nos últimos anos entre os carros de rua e praticamente uma regra entre os adeptos do “tunning”, os farois de xenon chegam a iluminar com três vezes mais intensidade do que os equipados com lâmpadas comuns, de halogênio. Para quem usa o kit adaptado, a maior iluminação causa a sensação de segurança pela visibilidade ampliada, mas o que pode acontecer é justamente o contrário. “O uso do kit xenon em faróis convencionais projetados para lâmpadas de halogênio provoca alto índice de dispersão de luz, o que compromete a segurança dos motoristas e pedestres”, explica o gerente nacional de vendas da Osram, Cirilo Moscatelli.
A Osram, que fabrica esse tipo de lâmpada, salienta que os sistemas de iluminação xenon originais de fábrica são capazes de utilizar toda a capacidade de emissão de luz com eficiência, através do controle de direcionamento de luz e outros dispositivos que evitam sua dispersão. “Nenhuma adaptação do sistema de iluminação é recomendada, porque compromete toda a distribuição de luz prevista no projeto original de um farol ou lanterna”, alerta Cirilo.
Outra fabricante de lâmpadas e kits xenon, a Philips, ressalta que o assunto foi amplamente debatida em câmeras temáticas, junto ao AEA e departamentos de trânsito do governo, e que seria possível fazer a adaptação sem comprometer a segurança nas ruas. “Havia o entendimento de que existiam kits de qualidade que, quando bem instalados e feitos os procedimentos de regulagem, não ofereciam riscos aos motoristas”, conta o diretor comercial de aftermarket na America Latina da Philips Iluminação Automotiva, João Paulo Borgonove.
João Paulo explica que a instalação dos kits era permitida pelo Contran aos usuários que procurassem a regulamentação via CSV. “Neste contexto, o Kit era um acessório legal e não trazia riscos”, afirma. Mas pesou contra o kit xenon a quantidade de veículos com alterações irregulares e sem autorização dos órgãos de trânsito. “Sob essa perspectiva, a proibição foi benéfica, pois diminuirá a possibilidade de ocorrer acidentes de trânsito”, completa.
Oriente bem o seu clienteQuem possui a autorização do Contran para uso do kit no registro do veículo ainda poderá utilizar o xenon, mas sua instalação em outros carros está definitivamente proibida desde a publicação da nova resolução. Por isso, também cabe ao mecânico o papel de conscientizar o proprietário que quiser insistir na irregularidade da instalação do xenon. “Em decorrência desta resolução, o procedimento correto é orientar o consumidor de que esta instalação está proibida e o usuário estará sujeito à multa”, atenta João Paulo, da Philips.
Caso o mecânico receba um cliente com o kit xenon instalado, ele deve observar se a adaptação foi autorizada e registrada no Certificado de Registro de Veículo. “Caso contrário, o mecânico deve orientar o cliente a desinstalar o kit e instalar uma lâmpada que esteja dentro das leis”, orienta Cirilo, da Osram. O mecânico também pode explicar aos seus clientes, que não quiserem voltar utilizar as lâmpadas comuns, que existem opções no mercado dentro das leis em vigor que podem substituir o xenon sem comprometer a segurança dos outros motoristas.
“Existem dois tipos de consumidores que compravam os kits xenon: aqueles que gostam de ter o carro mais atrativo, com efeito jovial e moderno, em que a cor da luz branca era mais apreciada, e os que são atraídos pela maior capacidade de iluminação das lâmpadas xenon”, explica João Paulo, ressaltando que a Philips disponibiliza diversas opções no mercado de reposição em conformidade com as atuais legislações, oferecendo mais iluminação e visual diferenciado.
“Existem dois tipos de consumidores que compravam os kits xenon: aqueles que gostam de ter o carro mais atrativo, com efeito jovial e moderno, em que a cor da luz branca era mais apreciada, e os que são atraídos pela maior capacidade de iluminação das lâmpadas xenon”, explica João Paulo, ressaltando que a Philips disponibiliza diversas opções no mercado de reposição em conformidade com as atuais legislações, oferecendo mais iluminação e visual diferenciado.
A Osram, por sua vez, alerta que alguns proprietários têm optado por usar lâmpadas de 100 Watts para substituir o xenon, que também são proibidas pela legislação. Pior ainda: estas lâmpadas liberam uma alta quantidade de calor que pode deformar as lentes dos faróis, além de consumir mais corrente elétrica, o que pode danificar o sistema elétrico do veículo, queimar o chicote elétrico, provocar risco de incêndio e a perda da garantia do veículo.
Colocando todas estas informações ao proprietário, o mecânico fará com que ele pense duas vezes antes de privilegiar seu gosto pessoal em detrimento da segurança, tanto a dele quanto a do próximo. Será que vale a pena arriscar?
**Fonte: http://www.omecanico.com.br
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