| Sistema Cylinder on Demand, desenvolvido pela Audi para o modelo esportivo S7, desliga quatro dos oito cilindros do motor para privilegiar a economia de combustível e a baixa emissão de poluentes em velocidade constante | 
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Carolina Vilanova | 
Um automóvel daqueles de dar água na boca em qualquer apaixonado por máquinas superesportivas. Luxo, requinte, muita eletrônica embarcada e um motor V8 de tirar o fôlego. Assim, o Audi S7 começa a ser vendido no Brasil, um privilégio de poucos mortais. "Vixe, mas deve beber...", você deve estar pensando. Não necessariamente. A tecnologia aplicada no propulsor reverteu esse quadro e o resultado é um consumo de 10,42 km/l na média.
O conjunto V8 biturbo 4.0 TFSI gera 420 cv de potência entre 5.500 e 
6.400 rpm e torque máximo de 550 Nm, disponível entre 1.400 e 5.200 rpm.
 Mesmo com toda essa força, como a Audi conseguiu tanta eficiência? O 
trabalho da transmissão ajuda, já que se trata de uma caixa automática S
 tronic de 7 velocidades com dupla embreagem, que permite que a marcha 
mais adequada à aceleração do carro sempre esteja engatada.
No entanto, a maior parte da economia de combustível vem de um 
recurso chamado Cylinder on Demand (em inglês para "cilindro por 
demanda"), que desliga metade dos cilindros do motor sempre que eles não
 forem necessários. O sistema estreou na linha 2012 do modelo S7 e 
funciona em conjunto com um dispositivo um pouco mais utilizado, o AVS 
(Audi Valvelift System), introduzido em 2006 nos motores com injeção 
direta FSI, de 4, 6 ou 8 cilindros.
Para explicar o funcionamento do Audi Cylinder on Demand, temos que 
entender primeiro o AVS, um dispositivo que atua diretamente na árvore 
de comando de válvulas, alterando substancialmente o tempo e o ângulo de
 abertura das válvulas, tanto de admissão quanto escape, dependendo das 
condições de carga do motor, ou seja, da rotação e da velocidade. 
"Nesse caso, o cabeçote conta com duas árvores de comando, que não 
são mais construídas como um eixo sólido, e sim com um tubo e os cames 
montados em cima dele", explica Lothar Werninghaus, consultor técnico da
 Audi do Brasil. Ele continua: "esse sistema já faz com que o trem de 
válvulas seja mais leve e precise de menos energia para funcionar". 
O eixo conta com os roletes e as molas, mas eliminou os cames fixos, e
 colocou um tubo estriado encaixado por cima do eixo. "É uma luva na 
qual estão torneados os dois cames. Além disso, conta com uma bolinha 
que serve para travar a luva no lugar. Os roletes tradicionais são 
largos, e nesse sistema foi diminuída e ficaram a largura e o diâmetro 
foi aumentada para amenizar o ruído. Um ressalto no próprio cabeçote faz
 a vez da trava", explica Lothar.
Ele conta que, para tudo isso funcionar, foram esculpidos dois canais de cada lado da luva, juntamente com os cames, e dois pinos foram instalados saindo do cabeçote e sustentados por um ímã. Em volta desse ímã tem uma bobina que, quando é energizada, cria um campo eletromagnético inverso ao do ímã, anulando a sua força e permitindo que o pino caia por gravidade dentro do canal, fazendo a luva se mover. "Ou seja, conforme o sistema vai girando, o canal vai fazendo a luva deslocar. No final do canal existe uma rampa que empurra o pino de volta para sua posição de descanso. E com isso os cames mudam sua atuação em relação ao tempo de abertura e comprimento de movimento das válvulas", complementa.
Isso acontece a partir de uma certa rotação, em torno de 3400 rpm, 
mas quando a rotação abaixa, o pino que move os cames para o momento de 
baixas rotações é acionado, movendo todo a luva para a posição de baixa e
 media rotação. "Assim, deixa o motor com um torque bastante plano, 
desde as médias até as altas rotações e um torque mais elevado em baixas
 rotações", diz. O torque máximo já pode aparecer a partir das 2.000 rpm
 e vai até 3.000 ou 4.000 rotações, só usando a característica do 
sistema. 
Conclusão, o AVS faz diminuir o consumo do combustível no uso 
convencional e aumenta o dinamismo em uso esportivo. No caso do S7, 
ajudando a turbina ainda mais, facilitando o enchimento total dos 
cilindros. 
Audi Cylinder on Demand
A engenharia da Audi explica que o AVS é a base do Audi Cylinder on 
Demand, este, um sistema que pode desligar seletivamente quatro dos oito
 cilindros (2,3,5,8) do motor, sem que o condutor note qualquer 
diferença, sempre que estiver em regimes de baixas e medias rotações. 
Assim, o motor continua funcionando de forma suave e potente, com 
redução de consumo e de emissão de poluentes. 
Lothar esclarece que o objetivo desse conceito é diminuir ao máximo 
possível a emissão de CO2, que combinada é de 225 g/Km. Além disso, 
reduzir o consumo de combustível, que segundo a marca tem gasto 
combinado (estrada e urbano) de 10,42 Km/l, sendo 7,46 Km/l de consumo 
somente urbano e 13,3 km/l de gasto de gasolina na estrada. 
Ele continua: "o Cylinder On Demand, ao invés de mudar o trem de 
válvulas para maiores ou menores rotações, manterá as válvulas de 
admissão e escape de quatro dos oito cilindros (metade) totalmente 
fechadas, sempre que o veículo estiver em velocidade constante até 180 
Km/h, entre 900 a 3500 rotações, a partir de terceira marcha e 
temperatura do motor acima dos 40º C. Sempre dois cilindros de cada 
bancada". 
O funcionamento se dá da seguinte maneira: a luva localizada na 
árvore de comando de válvulas possui uma posição em que existem cames e 
uma segunda em que a luva é totalmente cilíndrica, redonda, não 
movimentando as hastes das válvulas. Sempre que possível, é adotada a 
segunda posição em que as válvulas ficam fechadas e o motor passa a 
trabalhar com metade dos cilindros. 
A unidade de comando então, corta a injeção e a ignição dos cilindros
 sempre que a potência total dos oito cilindros não é necessária ao 
funcionamento do motor. Essa desativação acontece em situações 
específicas: com o regime do motor entre 900 e 3.500 rpm, a temperatura 
não pode ser inferior a 40° C e o câmbio em terceira marcha ou mais. 
Tudo isso pode se acompanhado pelo motorista por meio do quadro de 
instrumentos. "Sempre que necessitar carga, ou seja, maior desempenho, o
 motor vai usar os oito cilindros, haja vista, que a potencia máxima é 
de 420 cv" finaliza Lothar. 
**Fonte: http://www.omecanico.com.br
 
 
 
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