quinta-feira, 30 de junho de 2011

Reparar Mercedes-Benz é fácil, mas exige experiência e equipamentos




É impossível saber de detalhes de veículos Premium como Mercedes Benz, em uma oficina que não seja especializada na marca, com disponibilidade de aparelhos específicos e vasto conhecimento no assunto. Em uma situação diferente, pouco se pode fazer além de serviços básicos como troca de pastilhas, óleo e filtros.
Mesmo estes serviços, em determinados modelos, já se tornam impossíveis, pois necessitam da intervenção do Star Diagnosis, equipamento de diagnósticos da marca. A oficina escolhida para a avaliação foi a Grid Racing, localizada no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo.
O proprietário André Luiz informou que o começo é muito difícil, pois ninguém quer informar a fonte de onde compra as peças ou mostrar o caminho para a solução de problemas. “Conforme o tempo passa, você se torna conhecido e as coisas passam a acontecer naturalmente. Os outros reparadores tornam-se parceiros e não mais concorrentes”, explica o proprietário.  

Conhecendo um Mercedes
Durante a manutenção, é preciso ter em mente o número que identifica cada carroceria. Composto por três dígitos a frente de uma letra (nos modelos convencionais é um W) pode ser checado em uma etiqueta na coluna da porta do passageiro, e são usados para o sistema de diagnóstico, compra de peças ou solicitações à fábrica (telecarregamento, garantia informações, etc.) via concessionário autorizado.

Exemplo: Classe A de 1997 a 2005 – W168; de 2005 em diante – W 169
Classe C de 1993 a 2000 – W202; de 2000 a 2007 – W203; de 2007 em diante – W204. 

Manutenção e Diagnóstico
O conselho de André para quando o reparador receber um veículo Mercedes Benz em sua oficina e for realizar um diagnóstico é não sair trocando tudo que desconfiar que seja o problema. Procure informações sobre como efetuar o teste no componente. 
A experiência de outros reparadores também pode ajudar muito. Alguns querem aproveitar para explorar o cliente, mas acabam ganhando uma vez só, pois logo são desmascarados. Há quem esteja disposto a colaborar e se tornar um parceiro, e só tem a ganhar com isso.
“Certa vez, um reparador que eu nem conhecia chegou até aqui desesperado. Estava quebrando a cabeça havia uma semana em um veículo e já havia trocados diversas peças sem encontrar a solução. O problema era um fusível que eu até tinha alguns no escritório. Substituí e o carro ficou bom na hora. Cobrei o preço justo pelo meu serviço e conhecimento e o rapaz virou um cliente que sempre me traz serviços.”

Dicas de manutenção e diagnóstico
A manutenção dos carros é simples; o segredo é a informação técnica para cada procedimento a ser realizado. No equipamento de testes original é explicado passo a passo como diagnosticar, desmontar e montar cada sistema. Isso ajuda muito para serviços mais complexos, pois o que vale mesmo no dia a dia é a experiência adquirida com o tempo.
Segue abaixo as dicas que separamos sobre as falhas mais corriqueiras e comuns em diversos modelos da marca, que darão uma ideia de como proceder:
- Quando defeituoso, o sensor de rotação provoca o não funcionamento do motor que, normalmente, está em alta temperatura. Para ter certeza se o problema está nele, pulverize um limpa-contato sobre ele e verifique se volta a funcionar. O produto faz com que a temperatura baixe rapidamente.
- O chicote da injeção do modelo C280 fica quebradiço com o tempo. Alerte o cliente sobre a possibilidade de quebra de fios no manuseio. É comum este carro não entrar em funcionamento ou apresentar falhas após uma manutenção. Há o risco até da queima do módulo. André já tem à disposição o reparo desse chicote com o uso de conectores originais, que dão maior vida útil e confiabilidade, além da boa aparência.
- Alguns modelos de C180, que utilizam motor quatro cilindros, apresentam problemas de acendimento de luz da injeção. Os valores de sonda e tempo de injeção ficam fora do padrão e o sistema pede uma adaptação.
- O sistema de admissão – coletor, corpo de borboleta e cabeçote – forma uma carbonização que precisa ser removida com a desmontagem da peça e aplicação de descarbonizante.
- Quando a adaptação não é aceita, o veículo fica bom uma semana e volta a apresentar a falha. Nesse caso, é preciso realizar uma reprogramação do software em um concessionário autorizado.
- O sensor do fluxo de ar defeituoso provoca dificuldades na partida e estouros na admissão com perda de desempenho. Não se deve fazer limpeza (que pode até danificar uma peça boa). Antes de ir atrás de outro para teste, verifique também a bomba de combustível e velas que também podem provocar o mesmo defeito.
- Quando for necessária a troca das velas, não utilize modelos paralelos ou de outros veículos. A peça tem mesmo alto custo, em torno de R$110,00 cada, e alguns modelos V6 e V8 utilizam duas por cilindro, ou seja, cerca de R$ 1.320,00 e R$ 1.760,00 para cada jogo.







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