quarta-feira, 15 de junho de 2011

Honda Fit, muito espaço interno, no motor nem tanto...


Já que iniciamos falando sobre inspeção veicular vamos direto para algumas dicas do conselho editorial que tiveram muitas dificuldades no inicio do programa e agora já podem apontar alguns atalhos para os reparadores de outros estados que mais cedo ou mais tarde irão receber clientes reprovados na inspeção, e certamente o Fit estará entre eles.

Velas - Muita atenção com este item, examine bem e a qualquer sinal de desgaste substitua por peças originais e confira a abertura que deverá estar entre 1 e 1,3 mm. No caso do 1.4 que utiliza 8 velas, ao fazer a manutenção substitua todas.
Bicos Injetores - Devem ser sempre testados e limpos.

Descarbonização -  Acumulo de óleo no TBI ou carbonização nas velas de ignição podem ser sinais de que a vedação do cilindro está sendo prejudicada por carvão nas costas das válvulas. Uma boa opção é efetuar a descarbonização através de uma tomada de vácuo do coletor de admissão, para evitar a desmontagem prematura do motor.

Cânister - Uma das maiores reclamações é a de que o sistema de injeção do Fit efetua a purga do sistema de ventilação do tanque durante a marcha lenta causando o aumento da emissão de poluentes bem no momento do teste nesta condição. Se este for o caso, pode ser resolvido utilizando um pequeno filtro de combustível na mangueira que sai da eletroválvula de purga do cânister para o TBI.
Regulagem de válvulas - Deve ser feita a cada 40 mil km no modelo 1.4 com o motor frio seguindo os valores de 0,15 a 0,19 mm para as válvulas de admissão e 0,26 a 0,30 mm para as de escape.

Óleo - A utilização de óleo lubrificante incorreto influencia no controle de folgas do motor e pode interferir na emissão de poluentes, por isso utiliza o original Honda, o preço é praticamente o mesmo do mercado paralelo.
Catalisador - Principalmente nos modelos 1.5l, desconfie deste item e faça os testes de variação de temperatura dos gases com o termômetro infravermelho.

Motor e câmbio
O motor do Honda Fit é um exemplo de downsizing, todo em alumínio e com componentes fabricados com materiais que proporcionam grande resistência com tamanho reduzido, porém está resistência esta limitada as condições de uso normal do motor e são muito sensíveis a qualquer intervenção externa.

O conselheiro José Claudio Cobeio da Cobeio Car, já recebeu um modelo que sofreu calço hidráulico e teve o conjunto completamente destruído devido a quebra de uma das pequenas bielas. Todas as peças foram encontradas apenas em concessionárias e para realizar a montagem foram utilizadas tabelas de torque fornecidas pelo Sindirepa.

Apesar de pequeno, o propulsor e o câmbio geram um trabalho enorme para serem removidos e instalados, mesmo nos casos de troca apenas de embreagem, a primeira vista parece tarefa simples, porém segundo o mecânico Junior, do Auto Elétrico Torigoe, exige remoção do ventilador para permitir o deslocamento do câmbio para frente do carro e também o retrabalho de uma chave combinada de 14 mm para a remoção de um dos parafusos do motor de arranque.

O câmbio do Fit é muito elogiado devido aos engates macios e precisos, porém é criticado quanto as curtas relações de marcha, principalmente no 1.5l que utiliza as mesmas relações do 1.4l e a 120km/h marca altos 4 mil RPM no tacômetro, o que aumenta o ruído mas não chega a interferir no consumo de combustível, otimizado graças ao sistema V-tec, que atua reduzindo a abertura de uma das duas válvulas de admissão de cada cilindro nos regimes de baixa carga.

Verifique sempre o coxim superior do câmbio que costuma quebrar com facilidade. Para diminuir este problema, as concessionárias Honda estão vendendo o coxim com uma bucha para aumentar a vida útil do mesmo. Fique atento também a mangueira de óleo do câmbio, que encosta no defletor do radiador e pode gerar um vazamento.

O câmbio CVT utilizado no Fit não costuma apresentar problemas, a reclamação fica por conta dos proprietários que não se adaptaram bem ao sistema e se queixam da falta de agilidade e da maneira como a variação da relação de marchas é feita. A Honda também teve dificuldade de adaptação do CVT com o sistema Flex, e para este ano volta a utilizar o sistema convencional para o Fit.
O filtro de combustível foi alvo de criticas por parte do conselho quanto a dificuldade de manutenção, já que está posicionado no interior do tanque. A Honda convocou para um recall mais de oito mil modelos de Civic e Fit para reparar uma possível falha que causaria vazamento e consequente perda de pressão no sistema.

O conselheiro Danilo Tinelli atenta para a troca das vedações e aterramento do sistema ao realizar a troca do filtro que deve ser feita aos 40 mil km. Este kit de vedação possui também o anel do regulador de pressão que caso não seja bem posicionado pode causar vazamento e conseqüente dificuldade nas partidas.

Undercar
A suspensão é o ponto mais criticado do Honda Fit, causa de diversos barulhos provenientes de folgas nas hastes dos amortecedores dianteiros, mas também podem ser oriundos dos batentes superiores e bieletas que se danificam com facilidade. Ao transpor buracos ou valetas em maior velocidade, é comum ouvir um barulho devido a eliminação de um stop hidráulico dos amortecedores para reduzir custos de fabricação dos mesmos.

A caixa de direção com auxilio elétrico costuma apresentar folga na cremalheira apresentando estalos ao esterçar o volante. O custo de uma caixa nova é cerca de R$4 mil, por isso o conselheiro Danilo Tinelli optou por recondicionar a mesma quando teve um caso em sua oficina. Danilo também informa que a ferramenta de regulagem de folga da caixa do Chevette pode ser utilizada neste modelo.

Sempre que for remover esta caixa, primeiro centralize a direção e não gire o volante enquanto estiver desmontada para não perder a referência entre o centro da caixa e o centro do volante que possui além da mola relógio do Air Bag, um sensor de posição. Caso esta referência se perca, a luz de anomalia da direção irá se acender e o motor elétrico não irá atuar deixando a direção extremamente pesada. 
O conselheiro Fábio Cabral, da Box Mecauto, faz duras criticas aos rolamentos de roda traseiros que constantemente apresentam barulho e muitas vezes, mesmo após a troca, o barulho permanece. No Auto Elétrico Torigoe, o mecânico Junior diz ter perdido as contas de quantos rolamentos desse já trocou por problemas de barulho. 

Sistema elétrico
O Fit foi muito elogiado pela robustez e durabilidade. Os itens que apresentam maior manutenção são bateria, que o conselheiro Sérgio Torigoe informou já ter substituído em diversos casos e o regulador de tensão, que Leonardo Campos do Auto Elétrico Campos disse já ter substituído três em uma mesma semana, porém a mão de obra para a troca é simples, apesar da necessidade de remover o alternador, e a peça é facilmente encontrada nos autopeças a um custo razoável, mas atenção na hora da compra, pois os vendedores costumam oferecer a peça do Gol de terceira geração que serve perfeitamente, mas não é a ideal, além de o regulador correto ser mais barato.

Depoimento dos conselheiros

o carro, com um bom conjunto, apesar de achá-lo um pouco lento nas retomadas. Uma única ressalva sobre este carro é o consumo muito alto nos motores flex, (álcool 5,5 km/l e gasolina: 6,5 a 7,5 km/l).

Paulo Pedro B. Aguiar Jr. – Recomendo. O Honda Fit é um veículo bom, mas tem problemas com os amortecedores. O filtro de combustível é dentro do tanque, fato que traz ao reparador muito trabalho, além de ser um dos mais reprovados na inspeção veicular.

Eduardo de Freitas Topedo – Não recomendo. Na primeira geração saiu bem acertado, porém com essa nova versão observo os clientes reclamarem de muito consumo de combustível, e retomadas de aceleração muito lentas.

Danilo Jose Tinelli – Eu recomendo, é um bom carro, porém é difícil encontrar peças e nas concessionárias o preço é alto.

André Bernardo – Recomendo. É um bom carro e o consumo é satisfatório. Tomar sempre cuidado quanto à troca das velas, pois a bobina é bastante sensível. O carro é problemático com a inspeção veicular na situação de marcha lenta devido a estratégia do módulo.

Carlos Bernardo – Bom automóvel, sem muitos problemas, exceto quanto à inspeção veicular em São Paulo e com o coxim do câmbio automático que quebra bastante.

Sérgio Sehiti Torigoe – Recomendo o veiculo por sua durabilidade e confiabilidade, por não ser um carro muito visado por roubo e seguro barato em sua categoria. Ressalvo apenas a falta de espaço para manutenções no motor e dificuldade de adequação do motor para inspeção na Controlar.

Julio Cesar – Recomendo. Apesar de em alguns itens eu tenha dado notas baixas, pela dificuldade de acesso a alguns componentes, como bomba e filtro de combustível. O sistema de ignição é de difícil diagnóstico, porque alguns modelos utilizam duas bobinas de ignição e para saber qual delas esta com defeito dá trabalho. Eu recomendo o carro por ter uma boa aceitação pelos meus clientes que na maioria só elogiam pela boa dirigibilidade e um baixo consumo de combustível, e eu como consumidor e não como reparador gosto muito do carro.

Fabio Cabral – O veiculo além de não ter um objetivo em seu desenho, a aparência não me agrada em nada, um carro que não me dá prazer em conduzir e muito ruim em alguns pontos, principalmente em relação a inspeção veicular, sem duvida nenhuma o carro com mais dificuldades para passar, tendo como dificuldade maior a válvula canister, além de muitos ruídos de suspensão causados por peças de má qualidade, os rolamentos das rodas traseiras são um desastre.

**Fonte: http://www.oficinabrasil.com.br

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